Ultimamente tenho mais medo de chegadas do que de despedidas.
estações dispersam, digo de mêtro, rodoviária, esquinas,...
já mudanças de estações criam sentimentos tão tão tão!peculiares, nostalgicos,tranquilos,estimulantes,intuitivos,saudosos,inspiradores
e é tão sutil!
quarta-feira, 28 de maio de 2008
quinta-feira, 22 de maio de 2008
saudade
imensa dos seus beijos,
do som que você faz quando brinca no meu corpo
pelas multidões eu sigo te procurando
pelas esquinas encontrando seus amigos
ouvindo seu nome por aqui por ali
eu respondo e me pergunto tantas coisas
e me conforta a tua existencia
mesmo chorando de saudade
mesmo enjoada de vazio
talvez você não tenha entendido tantas coisas
talvez você ainda nem entenda
a forma como eu gosto de você
porque tudo é tão novo que até eu me assusto
essa liberdade, esse incondicional e ao mesmo tempo tão tradicional
é assim que eu gosto de você
e sem andar lado a lado fisicamente
discretamente sou sempre sua.
imensa dos seus beijos,
do som que você faz quando brinca no meu corpo
pelas multidões eu sigo te procurando
pelas esquinas encontrando seus amigos
ouvindo seu nome por aqui por ali
eu respondo e me pergunto tantas coisas
e me conforta a tua existencia
mesmo chorando de saudade
mesmo enjoada de vazio
talvez você não tenha entendido tantas coisas
talvez você ainda nem entenda
a forma como eu gosto de você
porque tudo é tão novo que até eu me assusto
essa liberdade, esse incondicional e ao mesmo tempo tão tradicional
é assim que eu gosto de você
e sem andar lado a lado fisicamente
discretamente sou sempre sua.
terça-feira, 20 de maio de 2008
eu gosto de rádio porque sempre revela uma surpresa, uma música que você não escutava há um tempão, uma música que a gente se identifica, ou aquela que te faz sair dançando, aquela que te faz pensar, aquela que resume sua vida num só refrão ...
a que remexe o coração e rolam lágrimas ... é nem sempre o radialista acerta.
a que remexe o coração e rolam lágrimas ... é nem sempre o radialista acerta.
domingo, 11 de maio de 2008
Do Desejo
de Hilda Hilst
E por que haverias de querer minha alma
Na tua cama?
Disse palavras líquidas, deleitosas, ásperas
Obscenas, porque era assim que gostávamos.
Mas não menti gozo prazer lascívia
Nem omiti que a alma está além, buscando
Aquele Outro. E te repito: por que haverias
De querer minha alma na tua cama?
Jubila-te da memória de coitos e de acertos.
Ou tenta-me de novo. Obriga-me.
(Do Desejo - 1992)
* * *
Colada à tua boca a minha desordem.
O meu vasto querer.
O incompossível se fazendo ordem.
Colada à tua boca, mas descomedida
Árdua
Construtor de ilusões examino-te sôfrega
Como se fosses morrer colado à minha boca.
Como se fosse nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer.
( Do Desejo - 1992)
* * *
Que canto há de cantar o que perdura?
A sombra, o sonho, o labirinto, o caos
A vertigem de ser, a asa, o grito.
Que mitos, meu amor, entre os lençóis:
O que tu pensas gozo é tão finito
E o que pensas amor é muito mais.
Como cobrir-te de pássaros e plumas
E ao mesmo tempo te dizer adeus
Porque imperfeito és carne e perecível
E o que eu desejo é luz e imaterial.
Que canto há de cantar o indefinível?
O toque sem tocar, o olhar sem ver
A alma, amor, entrelaçada dos indescritíveis.
Como te amar, sem nunca merecer?
(Da Noite - 1992)
(Do Desejo - Campinas, SP: Pontes, 1992.)
de Hilda Hilst
E por que haverias de querer minha alma
Na tua cama?
Disse palavras líquidas, deleitosas, ásperas
Obscenas, porque era assim que gostávamos.
Mas não menti gozo prazer lascívia
Nem omiti que a alma está além, buscando
Aquele Outro. E te repito: por que haverias
De querer minha alma na tua cama?
Jubila-te da memória de coitos e de acertos.
Ou tenta-me de novo. Obriga-me.
(Do Desejo - 1992)
* * *
Colada à tua boca a minha desordem.
O meu vasto querer.
O incompossível se fazendo ordem.
Colada à tua boca, mas descomedida
Árdua
Construtor de ilusões examino-te sôfrega
Como se fosses morrer colado à minha boca.
Como se fosse nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer.
( Do Desejo - 1992)
* * *
Que canto há de cantar o que perdura?
A sombra, o sonho, o labirinto, o caos
A vertigem de ser, a asa, o grito.
Que mitos, meu amor, entre os lençóis:
O que tu pensas gozo é tão finito
E o que pensas amor é muito mais.
Como cobrir-te de pássaros e plumas
E ao mesmo tempo te dizer adeus
Porque imperfeito és carne e perecível
E o que eu desejo é luz e imaterial.
Que canto há de cantar o indefinível?
O toque sem tocar, o olhar sem ver
A alma, amor, entrelaçada dos indescritíveis.
Como te amar, sem nunca merecer?
(Da Noite - 1992)
(Do Desejo - Campinas, SP: Pontes, 1992.)
ALCOÓLICAS
É crua a vida. Alça de tripa e metal.
Nela despenco: pedra mórula ferida.
É crua e dura a vida. Como um naco de víbora.
Como-a no livor da língua
Tinta, lavo-te os antebraços, Vida, lavo-me
No estreito-pouco
Do meu corpo, lavo as vigas dos ossos, minha vida
Tua unha plúmbea, meu casaco rosso.
E perambulamos de coturno pela rua
Rubras, góticas, altas de corpo e copos.
A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos.
E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima
Olho d'água, bebida. A Vida é líquida.
(Alcoólicas - I)
HILDA HILST
Nela despenco: pedra mórula ferida.
É crua e dura a vida. Como um naco de víbora.
Como-a no livor da língua
Tinta, lavo-te os antebraços, Vida, lavo-me
No estreito-pouco
Do meu corpo, lavo as vigas dos ossos, minha vida
Tua unha plúmbea, meu casaco rosso.
E perambulamos de coturno pela rua
Rubras, góticas, altas de corpo e copos.
A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos.
E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima
Olho d'água, bebida. A Vida é líquida.
(Alcoólicas - I)
HILDA HILST
quinta-feira, 8 de maio de 2008
segunda-feira, 5 de maio de 2008
TENHO MEDO DO IMPOSTO DE RENDA.
PÂNICO DE TIRAR O EXTRATO DO BANCO.
PAVOR DE TAXISTA E POLICIAL.
DEPOIS EU SONHO QUE OS MENDIGOS MAIS TERRORISTAS ESTÃO VINDO ATRÁS DE MIM,
E A MINHA VOZ NÃO SAI NA HORA DE PEDIR SOCORRO, COMO DE FATO NUNCA SAI NUMA SITUAÇÃO ASSIM.
E MAIS MEDO AINDA DA MINHA MALDADE, A BONDADE TAMBÉM É ASSUSTADORA.
PÂNICO DE TIRAR O EXTRATO DO BANCO.
PAVOR DE TAXISTA E POLICIAL.
DEPOIS EU SONHO QUE OS MENDIGOS MAIS TERRORISTAS ESTÃO VINDO ATRÁS DE MIM,
E A MINHA VOZ NÃO SAI NA HORA DE PEDIR SOCORRO, COMO DE FATO NUNCA SAI NUMA SITUAÇÃO ASSIM.
E MAIS MEDO AINDA DA MINHA MALDADE, A BONDADE TAMBÉM É ASSUSTADORA.
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