entraram no restaurante
ele queria sentar na rua
ela não queria sereno
pediram dois chops
os dois com colarinho
a música estava alta, quase não se ouviam
mas também quase nem falavam
ela foi ao banheiro
ele olhou no relógio
ela voltou, sentou
ele: Amanhã vence o condomínio.
ela: Pois é.
longa pausa
ela: Esse final de semana vou no congresso de psicanálise.
ele: Pois é.
ela: Ainda não consegui passagem de volta.
ele: A escolha é tua.
ela:Tua gentileza é gritante.
ele:Acho que tu esqueceu da tua.
ela: É reflexo.
ele: Tu tem sempre uma boa explicação.
ela:Pois é, as tuas explicações nunca fecham.
Começou a chover, (ahhh eles tinham sentado na rua)
Ela levantou e pagou a conta.
Foram embora.
Um comentário:
"(...)E saíram sem se despedir.
Ela arrependida demais.
Ele a amando nada menos.
Por tão pouco.
Não olharam para trás."
(o final de um conto meu, parecido com o teu).
Ai, os clichês da vida... Nada fáceis.
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